sábado, 13 de abril de 2024

O PSD vigarizou os eleitores (e ainda bem).

Estive a ler o "Programa Eleitoral da AD".

Este programa foi escrito por professores doutores catedráticos de economia pelo que, pensei eu, faz todo o sentido e está compatível com o grande anúncio do "choque fiscal".

Diz agora o Montenegro que não prometeu descer o IRS em 1500 N€ mas vejamos que prometeu mesmo.


Vamos à página 97, Tabela 3: Receita do programa eleitoral da AD.

O PSD prometeu que iria reduzir o IRS entre 0.5 e 3.0 pontos percentuais excepto no último escalão.

Como não posso imaginar que os rendimentos superiores vão ter maior desagravamento que os rendimentos menores, o que posso ler desta promessa é que os escalões vão diminuir pelo menos 0,5pp relativamente ao que está e que os escalões de menor rendimento vão descer 3.0 pp e os escalões de maior rendimento vai descer 0.5pp. 

Vou então construir a "Tabela do PSD" e simular qual será a redução na receita fiscal.

Tabela de IRS em 2023, no OE2024 e com as promessas do PSD


A receita de IRS em 2023 foi de 17935M€. 

Fazendo um cálculo em que os rendimentos sobem 2% em termos reais, o efeito da tabela do PS é uma redução de 1050M€ enquanto que o efeito da promessa do PSD RELATIVAMENTE A 2023, é uma redução de 2370M€ na receita do IRS.

Mas na tabela só estão previstos 2000M€ para o total dos 4 anos quando, só a redução do PS são cerca de 4000M€!!!!!!

Se a previsão dos 2000M€ for relativa a 2023, terá de haver aumento do IRS relativamente ao que no Orçamento de Estado de 2024.

E depois, somos todos burros, menos os professores doutores catedráticos sábios de economia do PSD.



sexta-feira, 12 de abril de 2024

2011 está de volta = Portugal caminha rapidamente para a bancarrota

O Costa prometeu muitas coisas mas não executou.

A arte do Costa foi prometer que ia acabar com a "austeridade" do Passos Coelho (levando-nos novamente à bancarrota) mas, não cumpriu.

Anunciava uma certa despesa no Orçamento de Estado mas, logo a seguir, vinham as cativações e a coisa ia ao sítio.

Não mexeu nas "vespas" e, por isso, foi fazendo algumas coisas. Se foi pouco ou muito, não sei dizer, sei que conseguiu manter a trajectória de consolidação orçamental iniciada pelo Passos Coelho.

Os Malucos do Riso eram capazes de governar melhor do que o Montenegro anuncia

Vejamos como tem evoluído o Défice Público.

Para compreendermos melhor a magnitude do défice, vou traduzi-lo a preços de 2023 e calcula-lo no valor diário per capita (o défice diário de cada português). Os dados do défice corrente, inflação e população é da Pordata.

Em 2010, o défice quase atingiu 7€ por pessoa por dia. Quer isto dizer que a despesa pública foi maior em 7€/pessoa/dia do que a receita do Estado (os impostos).

Como o Estado não pode gastar mais do que recebe, foi obrigatório iniciar uma trajectória de consolidação orçamental, primeiro com a "ajuda" da Troika (no governo do Pedro Passos Coelho) e, depois, com supervisão dos nossos parceiros europeus (nos governos do António Costa).

O Passos Coelho, com muito esforço dos portugueses, conseguiu diminuir o défice de 7€ para 2,50€ (em 2015). Nessa altura seria sempre difícil reduzir o défice porque estávamos com contracção do PIB, em crise económica mas lá se conseguiu.

O António Costa herdou este défice de 2,5€ e entrou com a promessa de que ia reverter tudo e acabar com a austeridade. Mas com as cativações, lá conseguiu manter a trajectória de equilibro das contas.

Em 2019 e, depois, em 2023, o Costa equilibrou o barco tendo mesmo um superavit de 0,84€/pessoa/dia (cobrou de impostos a cada pessoa mais 0,84€/dia do que fez despesa). 

Fig. 1 - Evolução do défice público, 1975-2023 (euros por dia por pessoa, preços de 2023).

O que o Costa fez em termos de finanças públicas foi notável.

Não vou poupar palavras, o que o Costa conseguiu em 2023 foi extraordinário. 

O Costa cometeu muitos erros, mesmo muitos erros (subir o SMN, acabar com as taxas moderadores na saúde, diminuir as propinas do ensino superior, nacionalizar a TAP, etc.), mas temos de lhe perdoar porque foi a forma  que encontrou para manter a "paz social", manter as vespas dentro do vespeiro.

Mas ter conseguido conter o défice público, o que não acontecia desde o 25-de-Abril-de-1974 e parecia impossível dadas as promessas eleitorais, foi notável.


Mas foi apenas em 2023, um "acidente" de percurso. 

Se voltarmos a 2019, o défice estava equilibrado e uma pequena perturbação, a crise-do-Covid-19, atirou as contas públicas novamente para valores muito negativos.

Para termos contas públicas equilibradas é obrigatório ter superavit nos anos "normais" para fazer face ao deficit dos anos de crise. 


O Montenegro prepara-se para desbaratar todo o esforço do Passos Coelho e do Costa.

Nos anos pós-crise-do-sub-prime até 2022, somando todos os défices, o Estado endividou-se em 14520€ por pessoa. O superavit em 2023 foi de 305€ por pessoa. Se mantivéssemos este superavit para todos os anos futuros, seriam precisos 48 anos apenas para pagar o que se gastou a mais em resposta à crise-do-sub-prime.

Quando cada português ainda tem de pagar 14215€ para cobrir os prejuízos da crise do sub-prime (e ainda fica a faltar o resto que está para trás), não sei como o Montenegro pode estar a prometer cortar impostos e a aumentar os salários da função pública.


Estarão os do PSD malucos?

Ninguém pões mão no manicómio em que se tornou o governo de Portugal?

Como podem os conselhos dos professores doutores catedráticos serem "gastar mais e cobrar menos"?

Só falta dizerem "Volta Sócrates que, afinal, o PSD acha que estavas certo". 

Bem, sempre foi essa a ideia do Alberto João Jardim (ver)!


Afinal, o IRS só vai diminuir 173M€!

Uma fonte do FMI (um antigo aluno) disse a alguém que já tinha sido enviada uma nota ao Montenegro a perguntar o que se está a passar por aqui. 

Parece que alguém começou a meter juízo na cabeça do Montenegro.


quarta-feira, 10 de abril de 2024

No programa do governo falta o "Capítulo 11. Quem vai pagar isto tudo."

Estiva a "ler" o programa do governo.

Coloquei aspas no ler porque aquilo cansa, é muito superficial, fala muito nos 50 anos do 25-de-abril-de-1974, tem muito "procurar resolver" e pouco de como se resolve.

Vou dar um pequeno exemplo que é grande. Um processo num tribunal administrativo e fiscal pode demorar 20 anos a ser resolvido, não por causa de prazos de contestação nem acções dilatórias das partes mas, pura e simplesmente, porque os tribunais estão anos e anos para marcar o julgamento.

Dizem os tribunais (e toda agente sabe) que não há juízes nem escrivães suficientes para darem tramitação aos processos mas não vejo uma única referência a este problema tão fácil de resolver. Em Portugal há cerca de 1700 juízes, meter mais 500 tem um custo de 30 milhões € por ano, o que resolveria prejuízos de muitas centenas de milhões de euros causados pelo atraso nos julgamentos. Dar os 6 anos aos professores, o subsídio de risco aos polícias, a taxa de 15% de IRS jovem, novo aeroporto, TGV, e tantas merdas têm um custo muito superior e não resolvem nada.

(Ver o caso de um GNR despedido com 55 anos e com sentença que o reintegra quando já tem 76 anos)

Sobre a habitação, falam de direitos a habitação digna mas o que vão fazer? 

Será que vão acabar com as milhares de proibições, reserva agrícola. reserva florestal, reserva ecológica, zona de protecção a tudo e mais não sei quê, zona de cheia? 

Será que vão facilitar o licenciamento das "habitações em alvenaria e madeira (sem betão armado)"?  Não, nada.


O governo programa acabar com as guerras e a fome no mundo, o sofrimento e a pobreza das crianças, a discriminação e a xenofobia.

Até lá fala na "promoção do bem estar dos animais" mas não diz como, será que o Montenegro vai proibir os mata moscas, mosquitos, baratas e formigas?

Vai promover os transportes públicos e os comboios (coisas do Nuninho) mas "esqueceu-se" das bicicletas, trotinetes e ciclovias.


"Li" até ao fim pensando que, no índice se tinham esquecido do capítulo 11

 E este capítulo é o mais importante, será onde o Montenegro diz quem vai pagar todos os desvarios que estão nas anteriores 184 páginas.

Mas o capítulo não está lá!


O que deveria fazer o governo já?

Repor as taxas moderadoras na saúde.

Repor as propinas do ensino superior a 2.4 IAS (valor em 2018) o que são 100€/mês e, quem não puder pagar por carências económicas, perdoa-se.

Entregar o processo de escolha do novo aeroporto à ANA, porque é a única que, em Portugal, percebe alguma coisa de aeroportos.

Suspender o TGV que é um buraco sem fundo.


Mas assim, não consegue apoio parlamentar.

O Montenegro diz que a maioria do povo português votou na AD mas é uma total mentira. 71% dos eleitores votaram num partido que não a AD.

Sim, 7 em cada 10 pessoas que foram votar, votaram num partido que não a AD.

Se não têm condições de governar, se é mais do mesmo, mais vale irem-se embora e dar o lugar ao PS.

O António Costa não governou assim tão mal.


segunda-feira, 8 de abril de 2024

A "política" não permite que o PS apoie o governo do Montenegro

Aprendi com o Professor Teixeira dos Santos que a política é a arte de escolher.

As decisões de um humano dividem-se em dois tipos, as decisões técnicas e as decisões políticas.

Nas decisões técnicas, existe apenas uma decisão possível, por exemplo, quero dar uma volta de automóvel e o veículo está sem gasolina, seja um condutor esquerdista ou direitista, a única solução possível é meter gasolina.

Nas decisões técnicas, são feitos estudos e cálculos rigorosos que mostram determinam a solução óptima e, de forma automática, o decisor humano implementa essa solução.

Nas decisões políticas não há uma solução óptima. Até podem ser feitos estudos e cálculos rigorosos mas há muitas soluções possíveis, por exemplo, quero emagrecer e tanto posso diminuir a quantidade de calorias que ingiro como aumentar a quantidade de exercício físico que faço.


Os esquerdistas querem mais Estado e os direitistas querem menos Estado.

Para os esquerdistas, a resolução dos problemas das pessoas passa por haver mais Estado, isto é, haver mais despesa pública (e mais impostos). Se há falta de casas, o Estado tem de construir casas; se há elevado tempo de espera na saúde, o Estado tem de ter mais médicos, enfermeiros e hospitais; se a gasolina está cara, o Estado tem de fazer mais transportes públicos.

Para os direitistas, a resolução dos problemas das pessoas passa por haver menos Estado, isto é, haver menos despesa pública (e menos impostos). Se as pessoas têm problemas, o dinheiro que têm no bolso por haver menos impostos será individualmente usado para os resolver.


Mas haver mais ou menos impostos é melhor ou pior para as pessoas?

O bem-estar médio das pessoas é aproximado pelo PIB per capita. Isto traduz que, num pais com um PIB per capita maior, as pessoas têm maior nível de bem-estar (porque podem adquirir mais bens e serviços).

O que se observa é que, nos países semelhantes a Portugal (países europeus), não existe relação entre a despesa pública (em percentagem do PIB) e o nível do PIB pc. Portugal tem (média desde 2010) um PIB per capita de 20000 USD(2015) e uma despesa pública de 43% do PIB e, por exemplo, a França é mais rica dos que nós (tem 37000 USD, 2025) e mais despesa pública (48% do PIB).

Em termos de PIB, Portugal (é o ponto a vermelho) está abaixo da média (linha a preto da figura seguinte) mas isso não se deve à despesa pública elevada ou baixa, são outras coisas.

Fig. 1 - Relação entre a despesa pública e o PIB per capita, médias 2010-2021, países europeus (dados, Banco Mundial)


Se o PSD+CDS+IL+CHEGA querem descer impostos (e descer a despesa pública) ...
O PS+BE+CDU+Livre querem aumentar a despesa pública (e subir impostos).
Sendo que todo o governo tem de resolver problemas, em tudo que não são soluções técnicas, não há possibilidade de acordo. 
A tendência tem sido de aumento do peso da despesa pública (e dos impostos) na economia, mesmo nos governos de direita, sendo que, nos últimos 8 anos, o governo PS do António Costa conseguiu uma estabilização em torno dos 43% do PIB.

Fig.2 - Evolução da despesa pública portuguesa no PIB 1975-2021(dados, Banco Mundial)





quinta-feira, 4 de abril de 2024

E totalmente falso que, quando um governo é derrubado, a oposição é castigada

Corre na comunicação social a ideia de que, quem derrubar o governo da AD, será penalizado.

Afirmam, baseado na queda do António Costa em 2022, PS, e do Cavaco Silva em 1995, PSD, terem reforçado as suas votações nas eleições seguintes.

Mas a história não se faz de apenas estes 2 casos, sendo que desde 1976 já houve 16 eleições legislativas (vou retirar a de 1979 porque fui esquesita), é preciso avaliar quantas vezes, depois de um governo não ter cumprido os 4 anos do mandato, venceu as eleições seguintes.

Das 15 eleições, só em 6 delas o governo cumpriu os 4 anos do mandato (PSD em 1987, 1991 e 2011 e o PS em 1995, 2005 e 2015) e nas restantes 9 legislatura que não chegaram ao fim, em 2 o governo manteve-se do mesmo governo mas em 7 o governo mudou.


Em 78% das vezes em que o governo foi derrubado, o partido vencedor mudou.

Os únicos governos que se mantiveram depois de não terem cumprido os 4 anos foram os governos PSD em  1987 (Cavaco) e PS em 2022 (Costa), em todos os outros 7, o governo mudou para a oposição.


Eleições em que a anterior legislatura não chegou ao fim

1979: PS -> AD = mudou

1983: AD -> PS = mudou

1987: PSD -> PSD = manteve

1995: PS -> PSD = mudou

2002: PS -> PSD = mudou

2005: PSD -> PS = mudou

2011: PS -> PSD = mudou

2022: PS -> PS  = manteve

2024: PS -> PSD = mudou


É a qualidade dos nossos comentadores de assuntos de política

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Em vez do Serviço Militar Obrigatório, flexibilizar a formação militar

Enquanto dura a invasão da Ucrânia, investir 3.5% do PIB em despesa militar.

Se Portugal quisesse, isoladamente, ter uma força militar capaz de defender a Ilha das Flores de uma invasão por um país como a Rússia ou a China, teria de gastar balúrdios de dinheiro e ter uma enormidade de militares. Ao pertencermos à NATO, a solidariedade entre os membros permite termos um exército mais pequeno e barato e, mesmo assim, sermos capazes de nos manter seguros.

O problema é que os USA gastam 3,5% do seu PIB em despesas militar e Portugal gasta apenas 1,4% do PIB, o que faz com que o Trump, futuro presidente dos USA, fique fulo.

Se hoje gastamos cerca de 3,6G€/ano (mil milhões de euros), o compromisso mínimo é que gastemos 5.3G€/ano (mais 1.7 G€, lá se vai o excedente!) e, para nos equipararmos aos USA, teremos de gastar 9.3G€/ano, um incremento na despesa militar de 5.6G€.


O problema é que não temos voluntários para ser soldado.

Este problema surge de não haver incentivos. 

O caminho mais fácil será obrigar os jovens a ir à tropa mas isso não é eficiente porque viola a vontade das pessoas e interrompe a vida dos jovens.

Vou então propor algumas alterações na "formação militar" que tornarão mais fácil os jovens querem ser soldados.


1) Rever a formação militar.

Neste momento, a formação militar está pensada para a prontidão imediata. Por isso, tem uma componente física muito forte, violenta e custosa, com vista ao aumento da força e da resistência (a recruta).

Mas a formação militar não tem em fim uma ameaça imediata pelo que a recruta é um desperdício total. Causa dano aos formandos e não serve para nada pois, se a "guerra" acontecer daqui a um ano, o militar já perdeu toda a sua capacidade física.

A formação militar deve ser focada no conhecimento técnico, manuseamento de armas, sistemas de comunicação, formas de agrupamento em combate, camuflagem, primeiros socorros, evacuação de locais e desporto de combate (judo).


2) Introduzir a formação militar na escola secundária.

Começar aos 15 anos, no 10.º ano das escolas. Três aulas semanais de judo e de tiro ao alvo com armas de pressão de ar, com alvo estático e em movimento. Também haveria torneios escolares. 


3) Continuar a formação militar na universidade.

Na universidade, o aluno entrava no "serviço" militar que se reduziria a um fim de semana por trimestre em que o jovem teria contacto com armas militares mais potentes.

Será nesta altura, se o jovem quisesse, poderia passar a militar a tempo parcial, com o objectivo de haver quem dê formação aos "fins de semana". 


4) Rever a carreira militar.

Para começar, o militar precisa de alojamento para si e para a família. Faria quartéis pequenos, com  uma companhia (cerca de 200 militares), em locais apetecíveis (cidades) com alojamento gratuito. 

Depois, tornava a vida militar compatível com outra profissão, isto é, em tempo parcial.  O militar poderia ter um emprego civil adequado à sua vontade e formação universitária e, depois, teria algumas horas por dia para a parte militar.  

Um militar "dura pouco", mas quando vemos o Ronaldo a jogar ao mais alto nível aos 39 anos, a idade de passagem à reserva aumentava, dependente mais da saúde do que da idade, para os 45 anos.  


5) Depois da passagem à reserva.

Aos 45 anos, o soldado, pretendendo-o, passa automaticamente para as forças policiais, seja PSP, GNR, PJ ou Guarda Prisional. Também pode, em alternativa, entrar numa empresas de segurança privada (com a qual, o Estado assina um protocolo de cooperação).

O ex-soldado, até se reformar, mantém a possibilidade de trocar entre PSP, GNR, PJ, Guarda Prisional e empresa privada de segurança.


Não falei de salários.

Porque penso que não é esse o maior problema de falta de voluntários. 

Mas também pode haver uma "correcção" em alta.

Muitos jovens até iam gostar do treino militar de fim de semana


segunda-feira, 1 de abril de 2024

Amiga Rita Matias, vou-lhe enviar uma sugestão para aumentar a natalidade.

 Ouvi a deputada Rita Matias do CHEGA e, quando o Pinto da Costa morrer, ...

É a pessoa certa para ser a "Papa do Dragão".

É uma jovem desempoeirada, que não tem medo das palavras na defesa daqui que acha correcto, mesmo quando totalmente em desacordo com o "politicamente correcto" da censura woke com que os esquerdistas  perseguem todos os que ouse discordar da sua visão marxista-leninista-estalinista-putinista para a sociedade portuguesa.

Uma ideia que defende é que Portugal, isto é, as mulheres portuguesas, têm de ter mais filhos.

Achei interessante ter dito que "quem tem os filhos são as mulheres" o que para mim parece evidente mas há muita gente que, quando eu digo "os homens não podem ter filhos", ficam chocadas!

Não percebo onde anda a cabeça das pessoas.

Vou então usar os meus conhecimentos de economia para propor uma mecanismo de incentivos que não tem custos para o Estado e que favorece a natalidade.

Fazer criancinha com fartura para voltar a haver brincadeiras na lama

Onde tinhas a cabeça, minha filha?

Certo dia, uma filha disse a sua mãe: 

- Mãezinha, desculpa, perdoa-me, estou gravida ...

- Eu bem disse para não te meteres com esse roleta, não vale nada, é uma falhado, vais acabar a levar no focinho como gente grande que ele só quer vinho e droga e nada de trabalhar...

- Mãezinha, desculpa, desculpa, desculpa, ...

- Onde é que tu tinhas a cabeça, minha filha desmiolada?

- Mãezinha, desculpa, desculpa, tinha-a encostada ao vidro da porta do carro ...


O problema está nos incentivos serem errados.

Uma das razões porque fui despedido é que disse, na tentativa de ensinar economia a quem não queria aprender: 

"Há baixa natalidade porque é melhor criar um porco do que um filho. O filho dá preocupações e muito prejuízo e, no fim, trata os pais como se fossem porcos. Um porco dá muito menos preocupações e prejuízo e, no fim, dá para fazer chouriças."

Quero com isto dizer que os incentivos estão errados.

Antigamente, quem não tivesse filhos, tinha uma velhice na miséria. Assim que deixasse de poder trabalhar, reduzia-se a um pedinte, totalmente dependente da caridade. 

Quando se criou o sistema compulsivo de pensões, esse problema alterou-se. Quem tem filhos tem despesas mas, principalmente, prejudica a sua carreira profissional o que leva a que venha a ter uma pensão de velhice mais baixa do que quem não tem filhos.

Quem não tem filhos, chega aos 70 anos com a casa paga, uma boa pensão e nada de aborrecimentos. Fica mais dependente, vende a casa e retira-se para um bom lar de apoio sénior onde termina os seus dias. sim, todos vamos, um dia, terminar os nossos dias e nem todos morrem jovens e cheios de saúde (felizmente).


A nossa sociedade é contra os filhos que tomam conta dos pais.

Eu tomei conta da minha mãe até ao dia em que ela morreu. Só tenho um bocadinho de remorsos porque, falamos um bocadinho de manhã, dei-lhe o pequeno almoço e fui dar aulas aos mentecaptos da FLUP. No entretanto, morreu sem o meu apoio e carinho.

Ainda foram dizer no processo Kafkaneano em que os esquerdistas me despediram que eu falava muito da minha mãe, que era uma pessoa muito doente, e que isso os aborrecia.

Filhos da puta, hão-de morrer no Inferno, com muito sal nas feridas em carne viva.

 

A pensão de velhice tem de estar ligada ao número de filhos e às suas contribuições.

Para valer a pena ter filhos, as pessoas que têm filhos sejam beneficiadas na pensão de velhice por terem tomado essa decisão.


No imediato, majorava as pensões de velhice.

Nas pessoas com pensões mais baixas, atribuía uma majoração de 20% por cada filho/pessoa acima de 1.

Vamos supor que um casal tem 4 filhos, a mulher tem uma pensão de 437€/mês e o marido tem 567€/mês. Supondo que o marido ajudou a criar os filhos, a mulher passará a ter uma pensão de

   Limite máximo = IAS * (1 + (4filhos/2pessoas-1)*20%) = 509,26*1,20 = 611,11€/mês

   Mulher = 437 * (1 + (4filhos/2pessoas-1)*20%) = 437*1,20 = 524,40€/mês => 524,40€/mês 

   Marido = 567 * (1 + (4filhos/2pessoas-1)*20%) = 567*1,20 = 680,40€/mês => 611,11€/mês


Os mães/pais que criaram os filhos sozinhas seriam beneficiadas ainda mais.

Neste caso, a majoração seria maior porque o número de filhos só vai dividir por uma pessoa.


No longo prazo, introduzia na pensão uma componente relacionado com a TSU dos filhos.

Os filhos que os pais tratam melhor, incentivam-nos a estudar, pagam explicações, gastam noites à porta das discotecas para que não se percam no mundo do álcool e da droga, têm salários mais elevados e, consequentemente, contribuem mais para a segurança social.

Então, para incentivar mais criança e pais mais preocupados, uma percentagem do que os filhos descontam vai para a pensão dos pais.

Começava por ser 1% das contribuições dos filhos e, depois, cada ano essa percentagem aumentava 1 ponto percentual. Por exemplo, daqui a 25 anos, 25% das contribuições dos filhos iria para os pais velhinos.


Esta medida seria financiada pelos que não têm filhos.

Nas pessoas com pensões mais elevadas e com menos de 1 filho/pessoa, metia uma "sobretaxa de sustentabilidade demográfica" capaz de financiar integralmente a majoração das pessoas mais pobres  e com mais filhos.



terça-feira, 26 de março de 2024

Não é Não? Então?

O André Ventura é das pessoas mais inteligentes que existem.

O André criou o partido CHEGA no dia 9 de Abril de 2019 e decorridos menos de 5 anos, tem 50 deputados na Assembleia da República.

Pelo contrário, o Montenegro e o Nuno Melo acharem uma grande vitória ter 80 deputados quando, na derrota, o Passos Coelho teve 107 deputados, não abona muito em favor da sua inteligência.

Sendo que o André só pode ser muito inteligente, o Montenegro e o Melo não podiam apostar na "inevitabilidade do voto do CHEGA no PSD porque, caso contrário, está-se a aliar ao PS".

Assumiram como verdadeira a ideia popular relativamente ao cão que "quanto mais se lhe bate, mais ele gosta de nós".


Recebi um telefonema do informador do Marques Mendes que me disse: 

«O André Ventura disse aos deputados "Votem no Branco, quem não votar no Branco é expulso do partido". O problema é que os deputados do CHEGA são desmiolados e perceberam mal, perceberam que era para votar em branco e não no Branco. Deu tragédia e agora estão muito pesarosos.»


O governo da AD não vai durar um mês.

Os comentadores das TV dizem que PSD deve fazer um acordo com o PS para a Assembleia da República e meter lá, por exemplo, o Francisco Assis. E será que, depois, o PS vai apoiar o governo do Montenegro?

Não.

Isto é um sinal de que ou o Montenegro fala com o André como adultos e sem ser através da comunicação social ou não vale a pena formar governo pois vai perto.


terça-feira, 19 de março de 2024

O Montenegro pode ser o novo Sócrates.

Todos falam que o Fernando Medina vai deixar o cofre cheio.

Da esquerda à direita, falam que estão no cofre alguns milhares de milhões de euros e que, portanto, é possível, imediatamente, descer os impostos e resolver o problema dos polícias, médicos, professores (e demais que vão surgir).

O problema é que o conteúdo do cofre do Medina é público, o Banco de Portugal diz quanto está lá guardado e o que lá vejo é:

 

UM SALDO NEGATIVO DE 252.5 MIL MILHÕES DE EUROS.

O António Costa enquanto primeiro ministro, deu a entender que, em termos de finanças do Estado, está tudo resolvido e muito sólido mas não é assim.

Se olharmos para o saldo das contas do Estado, em princípios de 2011, quando estivemos às portas da bancarrota, o Estado devia 172 mil milhões de euros e, decorridos 13 anos, devemos 252 mil milhões de euros, muito mais, e vende-se a ideia de que "está tudo bem".

Fig. 1 - Evolução do saldo líquido da "Conta do Fernando Medina" (Dados, Banco de Portugal)


Não está tudo bem, estamos ainda mais falidos do que estávamos em 2011.

Quando o Costa começou, em Novembro de 2015, como primeiro-ministro, a divida pública deixada pelo Passos Coelho era de 214 mil milhões de euros e foi aumentando 600 milhões de euros por mês até meados de 2021.

É verdade que o Medina conseguiu controlar o défice público em meados de 2021 mas não tem um efeito permanente. Esse controlo apenas aconteceu por causa da inflação inesperada que fez aumentar a receita fiscal automaticamente mas os salários dos funcionários públicos mantiveram-se quase constantes.


O Pedro Nuno Santos anunciou hoje um presente envenenado.

Veio dizer que apoia um orçamento rectificativo se for para dar aquilo que a AD prometeu, isto é, baixar impostos e aumentar os salários da função pública.

Estamos entregues à bicharada, não demora muito, estamos novamente na bancarrota e agora pela mão do novo Sócrates, pela mão do Montenegro.


quinta-feira, 14 de março de 2024

A União Europeia distrai-se a regular a tecnologia, os USA a desenvolvê-la

A União Europeia diz que é a primeira a regular a Inteligência Artificial.

Quando dizem "regular" estão de facto a proibir a sua utilização num conjunto muito vasto de aplicações importantes para aumentar a riqueza, nomeadamente, na identificação biométrica.

Por exemplo, o sistema de validação dos passageiros dos transportes públicos (comboio, autocarros, metropolitano) deveria ser feito por reconhecimento facial, deixando de haver esquecimentos e enganos e podendo haver um serviço muito mais personalizado, semelhante às portagens da autoestrada.

Assim que a pessoa entra e, depois, sai no comboio é registado o local de entrada e saída e calculado o preço do serviço que será descontado no cartão do passageiro em função das suas características pessoas (por exemplo, desconto em razão da idade e rendimento ou por ser um passageiro habitual).

Podia mesmo acabar a assinatura mensal fazendo o preço dependente de forma decrescente com os quilómetros percorridos.


Em vez de regular, deveríamos criar.

O crescimento económico do PIB per capita da UE referente aos últimos 40 anos é o mesmo o mesmo,  +1.7%/ano, o problema é que nós europeus criamos apenas 55% da riqueza criada nos USA.

São 40 anos em que a UE "tem estado na vanguarda da luta pela regulação do perigo das inovações radicais" mas esse esforço só nos tem mantido na pobreza. 

PIB per capita da UE relativamente aos USA (dados, Banco Mundial)


Isto vem a propósito dos problemas na Saúde.

O problema da Saúde em Portugal não está em ser um serviço público ou privado. Se o serviço é privado mas pago pelo Estado, mantém-se o problema das limitações na despesa levarem, invariavelmente, à degradação da qualidade.

A solução está em melhorar as decisões tomadas pelos pacientes, saberem se o caso obriga a uma consulta médica de urgência ou a apenas um paracetamol e um bom agasalho.

Também não se compreende que pessoas sem problemas de saúde, que apenas precisam uma ou duas consultas  de rotina por ano, não tenham médico de família atribuído. Bastaria um médico por cada 3000 pacientes!

E uma boa decisão apenas é tomada se houver incentivos (e desincentivos) de que a "taxa moderadora" foi uma boa ideia que os esquerdistas destruíram.


 

quarta-feira, 13 de março de 2024

ULTIMA HORA = AFINAL, O PS GANHOU AS ELEIÇÕES

 Fiquei chocado com o que acabei de descobrir!

Até agora, a AD teve 79 deputados e o PS ficou com 77 deputados, estando a AD à frente do PS.

Agora imaginemos que no próximo dia 20, quando saírem os resultados da emigração, o PS tem 2 deputados, a AD 1 deputado e o CHEGA 1 deputado.

Nesse caso, a AD fica com 80 deputados, ainda à frente do PS com 79 deputados.


O problema está no par. 2.º do art.º 22.º da Lei Eleitoral (Lei n.º 14/79, de 16 de Maio)

É que "As coligações deixam de existir logo que for tornado público o resultado definitivo das eleições..."

Quer isto dizer que, logo que for publicado no Diário da República "o resultado definitivo das eleições", a AD acaba e o PSD fica com 78 deputados (porque o CDS fica com 2 deputados), menos do que o número de deputados do PS!!!!!!!!!


Uma bota difícil de descalçar.

Vai ser pior do que em 2015, a AD ganhou mas o PSD perdeu.

O que será que o Marcelo vai fazer? Tem de indigitar o Pedro Nuno!

Será que o Pedro Nuno anda a dizer que se abstém se a AD formar governo porque antecipa que vai ser ele o indigitado para formar governo e quer reciprocidade?

Montenegro, estás fodido, venha o Passos.

Mesmo considerando as coligações, a AD perdeu face ao PS.

É que a AD só existiu no "Continente", sendo que outra coligação, PSD+CDS, elegeu 3 deputados na Ilha da Madeira.

Resultados eleitorais sem os 4 deputados da emigração (imagem ligeiramente manipulada)




segunda-feira, 11 de março de 2024

A previsão com base nas 24 sondagens esteve quase perfeita

Hoje é o dia "depois das eleições" e é tempo de fazer contas.

Como sabem, ao longo das semanas fui construindo intervalos prováveis para os resultados eleitorais das legislativas do dias 10 de Março de 2024 a partir das sondagens que foram sendo publicadas.

Como referi, as minhas colegas da estatística são totalmente contrárias à minha metodologia, dizem elas que o que eu faço não é estatística, é uma coisa qualquer que elas não compreendem mas que está errada. Em alternativa, nada são capazes de fazer porque "os resultados eleitorais são parâmetros e  um parâmetro, não é uma variável aleatória" (muitos dos leitores ouviram esta conversa nas aulas de Econometria e de Estatística".

Interessante que, quando as pessoas não sabem, não compreendem, não procuram estudar e compreender, atiram logo com a assumpção de que os outros estão errados!!!!

Fig. 1 - O CHEGA tem de matar o bicho já


Vamos então à comparação entre as previsões e a realidade.

(Actualizado em 20/03/2024 com os votos da emigração, 2 deputados do CHEGA, 1 deputado da AD e outro do PS).

Chegou agora a hora de fazer o balanço, comparando as minhas previsões com os resultados eleitorais reais. Essa avaliação terá de ser actualizada daqui a 15 dias porque ainda não sei os resultados da emigração.

Fig. 2 - Comparação entre as sondagens, minhas previsões de deputados e os resultados das legislativas de 10 de Março de 2024

O maior erro de previsão foi de 4 deputados no CHEGA.

A AD e o PS estiveram dentro da margem de previsão de +-3 deputados. A AD ficou no valor inferior (a tendência de subida anunciada pelos analistas não era verdadeira) e o PS quase ficou no cenário central.

Considerando o intervalo entre o valor de confiança, em termos de deputados, o erro maior foi no CHEGA que teve mais 4 deputados (o melhor cenário indicava 46 deputados e teve 50 deputados) e do BE que teve menos 4 deputados (o pior cenário indicava 9 deputados e teve 5 deputados).  

A iniciativa Liberal foi, nas previsões do seu chefe, uma desilusão (pensava que iria ter pelo menos 12 deputados) mas o erro foi de apenas menos 1 deputado (o pior cenário previsto indicava 9 deputados e teve 8 deputados).

O Livre e o PAN conseguiram ficar 1 deputado acima do melhor cenário previsto.


A esquerda ganhou à direita (AD+IL) por 2 deputados.

Esta questão ficou, com as sondagens, dentro da margem de erro, disse eu que o resultado seria "moeda ao ar". E assim foi, calhou a "vitória" para a esquerda com 92 deputados contra os 88 deputados da AD+IL.


Posso dizer que acertei e que, por isso, não houve surpresas na noite eleitoral.

Acertei eu e acertaram as sondagens como um todo mas erraram todos os analistas que procuraram uma leitura individualizada de cada sondagem e interpretar tendências que nunca existiram.

As sondagens têm de ser compreendidas como um fenómeno da Ciência da Informação e não ser reduzida a uma discussão sobre médias e desvios padrão.


Em 2015 eu avisei o PCP de que apoiar o PS era suicídio.

Quando em 2015 o Passos Coelho teve 108 deputados (a AD teve agora 80 deputados !!!!!!), o PCP (com 17 deputados) e o BE (com 19 deputados) correram para os braços do Costa que, com 89 deputados, formou governo.

Decorridos 9 anos, o PCP está reduzido a 4 deputados e o BE a 5 deputados, perdendo 3 em cada 4 deputados que tinham (de um total de 36 deputados para 9 deputados).

Eu avisei-os que a esquerda radical deixaria de fazer sentido se apoiassem o governo do PS. É que os radicais precisam de inimigos para poderem singrar.

Não me quiseram ouvir, f...deram-se ao comprido.


E como será o futuro?

O governo do Montenegro não tem qualquer futuro porque não lhe basta a abstenção do CHEGA porque a esquerda (PS+BE+PCP+Livre+PAN) tem mais 4 deputados do que a AD+IL. 

Mesmo que a esquerda não se una ao CHEGA numa moção de censura, a Assembleia da República não vai funcionar porque, mesmo na melhor das hipóteses para o Montenegro, haverá chumbo a todas as propostas do governo com os votos contra da esquerda e a abstenção do CHEGA.


Cortei aqui alguns parágrafos (em 20/03)


A IL sofreu uma derrota de longo prazo.

A IL elegeu um deputado em 2019 e, numa dinâmica de crescimento, elegeu 8 deputados em 2022.

Decorridos 2 anos, com muito mais espaço mediático, se o seu programa estivesse a cativar "clientes", seria obrigatório ter agora mais deputados mas manteve.

Isto traduz que as ideias chegaram as mais pessoas, aos eleitores distraídos, mas não conseguiram convence-lo. Como as ideias não estão a entrar no "eleitorado distraído", a IL está condenada a ser um partido de nicho, juntando-se ao BE, PCP, PAN e LIVRE.

Prevejo que a IL vai seguir o caminho do BE que, entre 1999 e 2019 parecia que estava numa subida imparável e, no entretanto, caiu rapidamente para a irrelevância.

Fig. 3 - Evolução do número de deputados do Bloco de Esquerda


quinta-feira, 7 de março de 2024

A previsão dos resultados eleitorais com 24 sondagens e 21470 respostas

Hoje foi publicada a última das sondagens.

(Actualizei com a sondagem da Euronews)

No total (excluindo a tracking pool da TVI), desde a demissão do António Costa, foram publicadas 24 sondagens que, no seu conjunto, tiveram 21470 respostas válidas.

A diferença entre a AD e o PS parece estar a subir ao longo da campanha eleitoral e, com as 24 sondagens, o teste WLS diz que é estatisticamente significativa a 5%. 


Sendo assim, juntar todas as sondagens vai, com 5% de probabilidade, "prejudicar" a AD.


Juntando todas as sondagens, os deputados eleitos serão os seguintes:


A AD está um bocadinho à frente, na ordem dos 5 deputados, sendo quase certo que vai a ter mais deputados que o PS. 

A melhoria da AD relativamente a 2022 não está no aumento significativo do número de deputados que vai ter mas antes por o PS afundar, perdendo 40 deputados que, numericamente, vão quase todos para o CHEGA.


É quase certo que a AD ter mais deputados do que o PS

Só para recordar, o Montenegro só aceita ser primeiro-ministro se ganhar ao PS e a probabilidade de esta condição se verificar é muito grande.

Se há um mês as sondagens indicavam que estas condição não se deveria verificar, agora, com mais dados, é quase certo que a AD vai ganhar.


Considerando apenas as últimas sondagens a AD+IL vai ter mais deputados do que a Esquerda

Esta é a segunda condição para o Montenegro poder ser primeiro ministro, a coligação entre a AD+IL tem de ter mais deputados que a Esquerda junta para, na eventualidade de o CHEGA se abster, o Orçamento de Estado passar no próximo Outubro.

Pode acontecer mas não é certeza (considerando todas as sondagens, é moeda ao ar). 


Esta minha previsão vão ser avaliadas no próximo Domingo.

Apesar dos mesmos resultados estarem dependentes da qualidade das sondagens, nada indica que não tenham sido bem feitas. Então, Domingo à noite a minha metodologia vai estar em julgamento!

Agora, é só esperar pela realidade.



Como é o último post sobre as previsões, vou mostrar as sondagens que usei.



quarta-feira, 6 de março de 2024

Qual a lógica de Portugal ter de crescer mais do que os restantes países da União europeia?

Portugal não é um dos países mais ricos da União Europeia.

Na primeira metade da década de 1960 tínhamos um PIB per capita de 39% da média da UE e atingimos um máximo de 70% em 1999 (quando entramos no Euro). Desde então, temos estado a divergir da UE, estando actualmente nos 63% (uma queda de 0.3 ponto por ano).

Estranhamente, ou talvez não, Portugal apenas melhorou durante a ditadura do Estado Novo e a "ditadura" do Cavaco Silva.

Como estamos na década da Ideologia da Igualdade, sendo os portugueses tão pessoas como as restantes pessoas da União Europeia, pensamos que temos direito a ser tão ricos como a média dos demais.

Fig. 1 - Evolução do PIB per capita português em comparação com a média na União Europeia


Todos os governos anunciam que "Vamos crescer mais do que a UE".

Mas no fim, olhamos para os dados do Banco Mundial, e estamos cada vez mais distantes (tirando o tempo das "ditaduras").

Nesta campanha eleitoral não é diferente. 

A AD acredita que vamos crescer 3.4%/ano porque "Precisamos crescer 3.4%/ano para nos tornarmos mais ricos" (mas não diz como é possível que esse desejo se possa concretizar, é apenas uma necessidade).

O PS é mais conservador e acredita que o crescimento vai ser 2.0%/ano (nos 8 anos de Costa, o crescimento do PIB per capita foi de 2.1%/ano). 

Mas a questão que coloco é:

 

Porque razão estamos "condenados" a crescer mais do que a UE?

A ideologia da igualdade diz que os países mais pobres têm tendência a crescer mais do que os países mais ricos porque há transferência de tecnologia. É a teoria do Catch-up.

O problema desta teoria é que, apesar de ter lógica, não tem correspondência visível com a realidade. Olhando para a figura seguinte, há muita oscilação em torno do valor médio mundial que é 2.9%/ano.


Mesmo que haja convergência para cima, devemo-nos comparar com os semelhantes.

E se compararmos o nosso crescimento do PIB pc de 1.8%/ano (ponto vermelho) com o dos países semelhantes do nosso (PIB pc entre 18000 e 24000 USD), estes têm um crescimento médio de 1,2%/ano (traço a preto), abaixo do nosso.

Então, como o nosso crescimento de 1.8%/ao está acima da média para o nosso nível de desenvolvimento, é muito difícil que passe para o ambicionado pela AD de 3.4%/ano. 

Relação entre o crescimento económico e o grau de desenvolvimento do pais (Dados, Banco Mundial,  PIBpc $ de 2015, 210 países que somam 99.2% da população mundial, média da década 2013-2022)

Mas é campanha eleitoral e ninguém leva a mal.

Eu apostava mais nos 2.0%/ano do PS mas eu não estou ao nível dos génios, professores catedráticos de economia que avançaram com esse 3.4%/ano.


segunda-feira, 4 de março de 2024

O que dizem as 21 sondagens legislativas?

A primeira coisa que dizem é que o PS e a AD não saem da cepa torta.

Pegando em todas as 21 sondagens, a AD está à frente em 12 (+3.5 pp) e o PS está à frente em 9 (+4.5 pp). Juntando todas as sondagens e excluindo a abstenção e os partidos que não elegem deputados, temos a AD com 31.0% e o PS com 30.6% das intenções de voto.

Mais empatados não poderiam estar.

As 21 sondagens somam 17462 respostas e, pela dimensão, os resultados são robustos (se forem estacionários).


Mas consta que a AD está com uma dinâmica de vitória!

Pois, mas vou mostrar os dados na forma de um gráfico para verem que tal comentário não corresponde à verdade. Umas vezes, a AD está à frente e, outras vezes, o PS está à frente.

Tenstando a tendência (variável x) da diferenção entre a AD e o PS, em termos médios está a subir um poucochinho (3 pp no total das sondagens), mas essa tendência não é estatísticamente significativa: 

                     Estimate Std. Error    t value  Pr(>|t|)

Intercept       -1.28       2.16            -0.59    56.1%

tendencia       0.15       0.17              0.91    37.4%

Se somarmos as vezes em que a AD está à frente e subtrairmos as vezes que o PS está à frente, existe uma vantagem da AD existe mas é de apenas 4 décimas (31.0% contra 30.6%), uma oscilação própria da aleatoriedade do processo de amostragem.

Comparação das intenções de voto na AD e no PS em 21 sondagens.


Os resultados centrais com todas as sondagens.

A ligação entre percentagens nacionais e o número de deputados não é directa por causa dos círculos eleitorais (Para eleger um deputados é suficiente ter pouco mais de 2% no círculo de Lisboa mas é necessário ter mais de 25% para eleger um deputado no círculo de Bragança) mas, a regularidade estatística permite estimar o número total principalmente para os grandes partidos.

Percentagens e deputados compatíveis com as 21 sondagens


O camarada Cassete Cunhal vai dar voltas no túmulo.


O Montenegro não vai conseguir ter melhores resultados que o Rui Banana Rio.

A minha estimativa a partir das sondagens indica que a AD vai ter entre 78 e 84 deputados e o PS vai ter entre 76 e 82 deputados (grau de confiança de 99%).

Tanto pode ganhar a AD como o PS mas vão estar ambos muito próximo de 80 deputados.

Comparando com 2022, a AD mantém aproximadamente o mesmo número de deputado do Rio e o PS perde 40 deputados. 


Nunca um partido perdeu tão rápido a maioria absoluta (nem a oposição ganhou com tão pouco).

Quando o Cavaco saiu em 1995, o PSD mais o CDS conseguiram 103 deputados. Agora, o PS vai ficar-se pelos 80 mais ou menos qualquer coisa.

Também a AD, a ganhar, vai ter o pior resultado de sempre na vitória. Mesmo o PS do Costa, na sua derrota de 2015, teve 88 deputados e agora a AD vai ficar pelos 80 mais ou menos qualquer coisinha.


Não sei se haverá mais sondagens.

É provável que ainda saia mais uma sondagem ou outra mas vai ficar tudo na mesma.

Podemos contar com uma claríssima maioria absoluta da "AD+IL+CHEGA" (à volta de 125 deputados) mas muitas dificuldades para a "AD+IL" poder formar governo (à volta de 92 deputados).




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